Hernani Santana, membro do IRIS, participou da organização da 4ta edição do Seminário Integrado do Rio Doce

10/12/2019 20:50

O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), evento que desencadeou o desastre da Vale/BHP/Samarco que atinge, até os dias de hoje, a Bacia do Rio Doce completou no dia 5 de novembro quatro anos. A fim de discutir aspectos legais e ambientais e considerando as  a necessidade de integrar as pesquisas e ações realizadas pelas Universidades inseridas no território e a ampliação do diálogo com a sociedade, particularmente com os atingidos, a Universidade Vale do Rio Doce – Univale – de Governador Valadares, MG, promoveu a quarta edição do Seminário Integrado do Rio Doce (4º SIRD), entre os dias 6 e 8 de novembro, em parceria com a UFJF, IFMG , UFSC, UFOP, UFV, Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce, Instituto de pesquisa em riscos e sustentabilidade e a Rede Terra Água, associados a outras organizações públicas e do terceiro setor.

O primeiro dia foi dedicado ao diálogo com os atingidos, para avaliar a situação depois de quatro anos e discutir o papel dos diferentes atores envolvidos com as medidas de compensação e reparação. Pela manhã e tarde, as atividades aconteceram no bairro São Tarcísio, às margens do rio Doce, local onde nasceu a cidade de Valadares. Às margens do Rio Doce, representantes das comunidades de Brumadinho, Governador Valadares, Barão de Cocais e Conselheiro Pena trocaram experiências, relataram suas realidades e pensaram estratégias para o que está por vir. À noite foi realizada a abertura oficial e a conferência da Procuradora do Ministério Público do Rio Grande do Sul Annelise Steigleder, especialista na questão da desterritorialização provocada pelos desastres.

Na manhã do segundo dia foi promovido um painel para debater os rumos das pesquisas e ações de enfrentamento dos desastres minerários. A tarde se reuniram quatro grupos de diálogo pra debater diferentes temas relacionados com os desastres da mineração em Minas Gerais e Espírito Santo; na parte da noite um painel com renomados pesquisadores, para debater as estratégias corporativas da Vale S.A e do neoextrativismo global.

O terceiro e último dia do evento foi aberto com a mesa-redonda “Do Rio Doce ao Velho Chico”, no qual se discutiu os diferentes aspectos envolvendo os impactos dos desastres. Na parte da tarde aconteceu um dos momentos mais aguardados, o painel sobre a qualidade da água. Em seguida ocorreu a reunião com objetivo de discutir e aprovar a Carta de Valadares, com recomendações para as políticas de enfrentamento do desastre e para o direcionamento das pesquisas e ações dos diversos atores sociais.