Projetos de Pesquisa
Redes cosmopolitas de inovação de baixo carbono: o caso certificação da Round Table of Responsible Soy (2020-2023)
Descrição: Proponho estudar uma importante certificação em soja OGM e não OGM, que práticas assume critérios ambientais e sociais como parte de seus standards: a Round Table of Responsible Soy (RTRS). Trata-se de uma certificação de terceira parte (CTP). Estas, privadas e públicas, atualmente permeiam quase todas as cadeias de suprimentos.os organismos privados de certificação, que surgem como independentes dos governos nacionais.. Elas abordam problemas de sustentabilidade que ligam uma variedade de partes interessadas em todo o mundo. Uma forma específica de governança privada global são as Round Tables (nas cadeias de soja, óleo de palma, frutos do mar, biocombustíveis, por exemplo), acordos entre multistakholders com o objetivo de melhorar a sustentabilidade de uma cadeia global de commodities. As partes privadas têm o poder de decisão, desenvolvendo standards que visam tornar toda uma cadeia de commodities mais sustentável. Meu objetivo central será analisar a RTRS, avaliando se pode ser considerada uma rede cosmopolita (seguindo a terminologia de Ulrich Beck) de risco climático. Para isto, proponho caracterizar a rede, seus atores sociais e econômicos, com suas filiais na América do Sul (principalmente no Brasil), União Europeia e Ásia (principalmente China e Tailândia), a sua dinâmica e os conflitos sobre seu papel em iniciativas de baixo carbono. Este recorte se vincula a um objetivo mais abrangente: o de entender potencialidades e limitações para o surgimento de regimes cosmopolitas de inovação verde, partindo da articulação da teoria da cosmopolitização com teoria sobre standards e com a teoria sobre transições sustentáveis.
Coordenação Dra Julia S. Guivant
Bolsa PQ Cnpq
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Acesso à alimentos sustentáveis: um estudo comparativo (2016-2020) Descrição: Este projeto analisará novas colaborações em redes de fornecimento de alimentos que buscam aumentar o acesso à alimentação sustentável, com foco em alimentos frescos não-processados (e.g. vegetais e frutas não-enlatados, carne, peixe). A partir das perspectivas da teoria das práticas e da nova teoria institucional, a pesquisa irá identificar os alicerces de redes de alimentos sustentáveis no contexto da União Europeia e Brasil. O pressuposto é o de que as redes nestas regiões têm diferentes composições em termos de ênfases sobre as características de alimentos sustentáveis (orgânico, seguro, justo, local, baixo carbono), diferem nos principais agentes de mudança (empreendedores institucionais e seus aliados), e nos locais nos quais a inovação acontece.
Coordenacao Julia S. Guivant, bolsa PQ Cnpq, Convenio Capes/Nuffic
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Transformações nas alianças, regulação e mercado para os produtos transgênicos e não transgênicos: o fechamento da controvérsia?(2013 – Atual) |
Descrição:Minha hipótese para este projeto é de considerar o momento atual sobre os transgênicos no Brasil como sendo de pós-controvérsia. A coalizão contrária à liberação dos transgênicos tem perdido força e espaço político. Mas ainda continua atuando, frente a uma outra coalizão, favorável à rápida liberação dos transgênicos, que se fortaleceu após a aprovação da lei de biossegurança. Entretanto, o quadro que emerge atualmente não é simples, estimulando novas direções de pesquisa e colocando novas questões, que são centrais para este projeto: como se reconfiguraram as coalizões pro e contra transgênicos, quais são os temas que permeiam debates atuais entre os diversos setores envolvidos, como as dinâmicas do mercado global influenciam as transformações na produção nacional, como as demandas globais por sustentabilidade e responsabilidade social são assumidas pelos diversos setores e como os regulamentos de livre comércio moldam standards e certificações (incluindo questões de rastreabilidade, transparência e divulgação nas cadeias de abastecimento).
Coordenação: Dra Julia S. Guivant
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Methodological Cosmopolitanism – In the Laboratory of Climate Change (2013-2015)
Descrição: Climate change, framed in social scientific terms, offers a causal and moral narrative which connects, for example, users of electric toothbrushes in the USA and couples quarrelling about habits of consumption in Europe and Japan, with representatives disputing about a post-Kyoto agreement at global climate conferences, all the way to victims of flooding and draught events in Australia, China, India and Bangladesh. Even climate sceptics react to and thereby affirm the dominance of such a climate narrative. This coercive inclusion of the excluded ‘distant other’ is what I define as the social scientific fact of ‘cosmopolitization’ – in distinction from ‘cosmopolitanism’ as a philosophical norm. By taking climate change as a comprehensive case study experiment, this research project aims at reinventing the social sciences for the ‘age of cosmopolitization’. The ground-breaking nature of the project is to advance the present state of debate by validating the new theoretical, methodological and empirical tools needed for such a ‘cosmopolitan turn’. Since their inception in the late 19th century, the social sciences remain caught in a resilient methodological nationalism bound up with the presupposition that the national-territorial remains the primary container for the analysis of social, economic, political and cultural processes. Methodological nationalism is built into the basic concepts of modern sociology and political science, as well as into routines of data collection and analysis. Building on my previous work on methodological cosmopolitanism, this project undertakes a full-scale cosmopolitan case study of climate change, thereby rendering operative a new mode of transnational research cooperation, data generation, and theory validation. This is to be done in two work packages. Work package one: cosmopolitan climate change (three comprehensive case study components 1) greening world cities; 2) low-carbon innovation networks; 3) mediating global risks); work package two: cosmopolitan theory development: turning the case study components into a distinctive process of (re-)structuring methodological cosmopolitanism. Working iteratively between theoretical reflection and empirical investigation, this approach promises to generate new knowledge on a pressing real-world problem (i.e. climate change), while at the same time elaborating and testing a model renewing the social sciences for the ‘age of cosmopolitization’.
Coordenador / Ulrich Beck – Integrante / Ana Maria Vara – Integrante / Yishai Blank – Integrante / Daniel Levy – Integrante / Ingrid Volkmer – Integrante / David Tyfield – Integrante / Kiyomitsu Yui – Integrante / Julia S. Guivant -Integrante