Os múltiplos papéis da ciência em organizações ambientalistas: um estudo de caso sobre OGMs

A origem do movimento ambientalista moderno, entre as décadas de 1960 e 1970, encontra-se vinculada a pesquisas científicas que demonstraram os limites do modelo de desenvolvimento dominante e os riscos ocasionados por novas tecnologias. Assim, não é possível discutir temas relacionados ao ambientalismo sem mencionar questões científicas. Seja no âmbito do desenvolvimento de políticas ambientais ou no escopo dos movimentos ambientalistas, a ciência é um meio de aprender, definir e medir problemas ambientais. Neste cenário, organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas são atores importantes na contrução de governaça científica relacionada à novas e controversas tecnologias. Este é o caso da polêmica em torno dos organismos geneticamente modificados (OGMs). Desde o seu surgimento, ONGs ambientalistas vêm desenvolvendo importantes pesquisas sobre os riscos e benefícios que estes organismos podem apresentar, informam o público e levantam questões importantes para o debate. Apesar de seu caráter indissociável ao ambientalismo, os papéis que a ciência exerce neste domínio são múltiplos. Esta pesquisa pretende investigar estes diferentes papéis em ONGs ambientalistas por meio do estudo de suas campanhas sobre OGMs.